Graças à magnífica intervenção do Jorge Sequerra e do José Neto, actores natos, consegui levar à cena uma peça de teatro. Chamei-lhe Não te esqueças do meu isqueiro. Fui buscar a frase a um dos calabouços da Boa-Hora. Foi escrita por uma presa enquanto aguardava julgamento. Impressionou-me pelo que significa, pelo que implica. Foi ontem à noite nos claustros da Boa-Hora. Não é fácil escrever-se para teatro. À boca de cena, iluminada pelas ribaltas, a vida proclama-se de quem escreve por quem diz para quem vê.